É assim que estão chamando meu amigo de trabalho. Também, ele foi nascer justo no Onze de Setembro? Está certo que foi no ano de 1966, mas coitado. Outro dia a filha dele ligou para o serviço da sua esposa e perguntou:
"Mãe, não vai se esquecer do dia onze, hein?"
"Lógico, filhinha. Vou rezar bastante pelas vítimas do atentado"
"Mãe! Tô falando do aniversário do papai?"
No caso de irmãs gêmeas fica pior ainda!
"Olha quem vem lá... As torres gêmeas estão chegando".
"Vocês são da Al Quaeda ou All Caídas?"
Isso quando alguém resolve por duas velinhas em cima do bolo de aniversário, imitando as torres gêmeas. "É hora, é hora, é hora, rá! Tchin! Bummmm! E as velinhas se incendeiam". E ainda fazem um minuto de silêncio antes de cantar os parabéns...
E quem nasceu bem no dia daquela final trágica do Maracanã? Brasil um Uruguai de virada dois. É uma desgraça também.
"Desculpe, Fernando. Mas essa camisa só tinha na cor azul celeste."
Tenho um tio que nasceu justo naquele período da queda da bolsa de Nova Iorque. Até hoje é vítima de desculpas:
"Ariosvaldo, a coisa tá feia, muita recessão, crise brava mesmo. Só deu pra comprar esta caixa de lenço..."
Feliz aquele que nasceu no dia em que o Brasil foi Penta. Feliz em termos.Todo aniversário é aquele bate-boca sobre a seleção, fora os presentes que são sempre nas cores verde e amarelo.
"É, meu filho... Naquela época o Ronaldinho Gaúcho jogava...".
E tudo é na base do Penta, bola do Penta, chuteira do Penta, boné do Penta.
Pra quem nasceu no Onze de Setembro também é Penta: Aviãozinho do Pentágono, Helicóptero do Pentágono, Homem-bomba do Pentágono...
E aquele japonês que teve um filho bem no dia do Tsunami no Japão. A mãe do garoto passa no quarto do filho e diz:
"Mas que bagunça é essa? Passou um Tsunami por aqui?". "Filho, você é um furacão".
Vinte e cinco de Março. Outro coitado. Vai ganhar só bugigangas chinesas e coreanas da Galeria Pagé. Tudo contrabandiado.
Nove de julho. Esse vai ser revolucionário, vai furar o bolo com o dedo, fazer guerra de brigadeiros...
Ainda bem que a gente não escolhe a data em que vai morrer, mas vai que é durante o período de greve do pessoal que trabalha nos serviços funerários:
"Olha vô, não morre hoje não, agüenta mais um pouco, só até o pessoal terminar a greve...".
Mauzinho 2013
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