domingo, 30 de setembro de 2012

O prazer de uma transação no débito

Nosso blog está com novidade tripla! No aquário Água de Licheiro temos a crônica desta semana e nos aquários Águas de Março e Águas de um Maratonista também tem novidade! E vem mais por aí nos outros aquários! Beba direto da fonte! Boa leitura!




"O prazer de uma transação no débito"

 

O supermercado estava vazio. Minha compra eram três pães, dois litros de leite, um tablete de manteiga com sal, um pacote de café forte, forte não, extraforte e um mamão. O trivial para o café da manhã naquele começo de fim de semana. Fui passando a compra no caixa do super, sem antes responder ao questionário tradicional feito pela simpática moça:

- O senhor é cliente MAIS?

- MAIS? De certa forma sim, sou cliente mais ou menos... É sempre aquela comprinha barata, tudo que está em promoção eu pego, ou seja, produto mais ou menos, preço mais ou menos, pra que tudo fique mais ou menos em torno de vinte reais.

- CPF na nota?

- Sim.

Digitei os onze números do meu CPF (Não vou colocá-los aqui nesta crônica por motivos de segurança da informação... E também do leão da Receita Federal...)

Fui passando os produtos enquanto a linda jovem registrava os valores. Reparei em seus traços, que lembravam o semblante da atriz Juliana Paes. Foi o suficiente para começar a viajar na maionese, embora este produto não estivesse na minha lista de compra... Quando a moça finalizou, saquei do bolso o meu Cartão Alimentação:



- Pode colocar...

- (...)

- Coloque de novo...

- (...)

- Tira e coloca, até o final...

- Foi agora?

- Não... Você enfiou até o final?

- Se, se eu... Sim... Não... Vou tentar com mais força!

- Antes de colocar, esfrega um pouco...

- Esfregar? Ah... Sim claro... Esfregar!Pronto!

- Não, não, não! Apressado! Deixa que eu coloco?

- Colocar? Você?

- É, colocar, ás vezes com jeitinho vai...

- Claro, com jeitinho vai... Foi?

- Não! Tira e coloca de novo...

- (...)

- Espera!

- Que foi? Introduzi forte demais?

- Olha só... Veja, o seu é daqueles antigos, só passa de lado...

- Ah... Nem tinha reparado... Então vamos tentar de ladinho, quer dizer, de lado...

- Agora vai...

- Foi?

- Ainda não... Vou precisar colocar este plástico nele, envolvendo com plástico vai...

- Isso! Boa ideia? Uma camisi... Mas o plástico não pode atrapalhar?

- De jeito algum... Facilita quando ele está sujo...

- Que sujo o quê? Lavo ele todos os dias!

- Como?

- (...)

- Ah, agora foi. Pensei que tivesse caído...

- Como assim caído? Não caiu não!

- O sistema costuma a cair... Pode colocar...

- Mas já não está lá dentro?

- A senha. Coloque com calma. Você só tem três chances...



- Na minha idade acho que uma chance já basta.

- O quê?

- É que estou duro, quer dizer, duro de grana... Quando é assim, ou finalizo agora ou... Pronto! Já digitei.

- Pode tirar...

- Foi bom pra você?

- Como?...

                                                                                                    Mauzinho 2012

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

AllFacebook






Já viram o preço do alface na feira? Tá o olho da cara não é? Da cara não, da face! AllFacebook é mais uma salada que preparei do aquário "Água de Licheiro", com aqueles temperos e pitadas de humor que vocês já estão se acostumando. Boa leitura e diversão a todos.


"AllFacebook"




O que vocês leram foi AllFacebook, não foi erro de digitação. Uma salada virtual! Entrei esta semana nesse tal de Facebook (ou seria All Faces Book?). Plantei algumas "sementes de gente" e da plantação nasceu uma nação! "ALLFACES" Vai ver é porque meu blog chama-se "Água Crônica" e não faltou irrigação para que dois ou três "pés de rosto" se transformassem numa salada gigante de allfaces. Percebi a diversidade de espécies que surgiram depois de irrigar algumas vezes: lisas, crespas, americanas , de Americana, de Campinas e do mundo todo começaram a brotar no meu notebook. E não foi somente alface que apareceu. Vieram junto pimentões vermelhos de praia sem bronzeador, abobrinhas de todas as qualidades, inclusive minha "autoabobrinhografia"!

Foi então que imaginei o Facebook de um criminoso: ScarFacebook! E não teria rostos como o do ator Al Pacino que fez o papel de Tony Montana, um perigoso criminoso cubano no filme "Scarface". O que se vê é tudo quanto rosto mal encarado e cheio de cicatrizes na face.



 O mapa de um scarfacebook? É o plano de saída da prisão, com direito a estratégia para os mais pesados de como pular o muro e de qual o melhor modo de passar em lugares estreitos.








O Facebook de mulheres estilo "Mulher Melancia". Num Facebook normal aparecem os olhos da cara e no de mulheres estilo melancia aparecem... Bom é melhor voltar ao ao assunto alface. Pesquisei arduamente sobre esta hortense anual ou bienal e descobri várias semelhanças com nós humanos.





Vejam as enriquecedoras descobertas somente na questão dos nomes científicos das espécies:

- Lactuca Sativa Var.Capitata : São as "Alfaces -repolhudas", alfaces iceberg, bola-de-manteiga, maravilha-das-quatro-estações, dos-mercados, e sem-rival.

Comentário Mauzinho (não é comentário maldoso, é do Mauzinho):

"Notem os pontos em comum com nós humanos e aquáticos do "Água Crônica": Repolhudas! Sem-rival!Maravilha-das-quatro-estações! Vai dizer que no Facebook de vocês nunca apareceu amigos ou amigas com estas características?"

Ficheiro:Romaine.jpg- Lactuca Sativa Var. Longifolia: as alfaces-romanas: romana, orelha-de-mula, loura-das-hortas e balão.

Comentário Mauzinho:

"Precisa de comentários? A semelhança com a humanidade é total! Quem não tem alguém no Face com orelhão? Seja de mula ou jegue? E Loura-das-Hortas? Eu me lembro da famosa e sombria "Loura-do-Banheiro"... Será que foi daí que tiraram a idéia de lavar verduras com água sanitária?

Alface balão. Deve ser uma qualidade tão leve de alface que ela flutua quando está no seu estômago. É o amigo cool do AllFacebook."
Lactuca sativavar. crispa
– as alfaces-crespas ou alfaces-frisadas: escura-do-olival, folha-de-carvalho, lolla-rossa.

Comentário Mauzinho:

"Taí uma coisa que eu não conhecia no mundo das alfaces: O preconceito racial, de cores. Por que justamente a alface crespa também é conhecida por "Escura - do - Olival? Justo a crespa!"

Depois desta pesquisa científica sobre o alface, mais uma folha virada deste blog, quero agradecer as mais de mil visitas ao Água Crônica em três semanas. Valeu amigas e amigos de todos os lugares e países e do meu "AllFacebook", uma turma que posso chamar de rica em fibras e também muito hidropônica, afinal de contas, estamos criando raízes!

Mauzinho 2012

 

 

domingo, 16 de setembro de 2012

Interrompemos o "Água Crônica" para o horário eleitoral de grátis!

Olá, queridos "Aquáticus Cronikus", nome científico de meus seguidores e visitantes deste blog Água Crônica que nem a elite da ciência mundial consegue explicar a origem dos textos, a nascente destas águas literárias. O texto desta semana na seca São Paulo (espero que fique molhada nestes próximos dias, senão, nem o bicho vai conseguir pegar de tanta secura e poluição) é do aquário aí em cima de nome "Água de Licheiro". Falar em lixeiro, tem a ver sim com aquela campanha famosa do Jânio Quadros, "Varre, varre, varre vassourinha...". Taí uma boa opção na hora do horário político: Dar uma navegada no "Água Crônica", afinal de contas, "Candidatura por candidatura dê um voto nesta literatura..." Boa leitura, amantes da cultura!


"Era um Domingão... E tinha muito sol...".



Maritacas cantando. Cantando não, fazendo algazarra mesmo, e das boas. Junte isto ao canto dos sabiás e dos bem-te-vis mais as crianças do vizinho andando de bicicleta. Isso tudo bem antes do meu despertador tocar naquele Domingo ensolarado. Que bom levantar sem aquele barulho chato, irritante e assustador como o horário eleitoral! Depois de um banho caprichado, tomo um café nem tão caprichado assim, afinal, para onde eu estava indo naquela linda manhã de Domingo também estariam me servindo um café da manhã. A roupa de Domingo, a chave de casa, a garrafa pet de água mineral, minha carteira, enfim, tudo preparado para sair ás sete e trinta da madrugada do "Dia de Descanso", inclusive o mais importante desta jornada, aquele papel fundamental que coloquei no bolso.

Fui caminhando, observando atletas com suas bicicletas, o engravatado com seu livro sagrado, ciclistas e maratonistas fazendo uso de suas pistas, o totó e a empregada que levava o cãozinho para uma bela cagada, a família num carro bem chique para fazer um piquenique e eu, lembrando na mente que tenho em minha calça, aquele bendito papel no meu bolso da frente. A cada quarteirão colocava a mão no bolso. Não! Não podia perdê-lo de jeito algum. Dez minutos de caminhada e paro diante da escola onde concluí o ensino fundamental, a "Escola Estadual de Primeiro Grau". O nome dela? "Professor Pedro Voss"(Rogai por nós professores). Lembrei-me do apelido que dei á escola.

- Queimadura de primeiro grau "Inferninho Peido Voz!"

A estrutura permanecia quase inalterada nestes trinta anos que se passaram desde que concluí o ensino fundamental(e elementar meu caro Uálter). Engraçado como sempre passo aqui em frente pelo menos uma vez por semana e não reparo em certas mudanças, como a nova quadra, agora coberta, porém, menos arborizada. O portão estava escancarado e fui logo entrando, sem antes colocar a mão no bolso para conferir se continha o papel de suma importância e me apresentei ao porteiro;

- Bom dia!

- É sua primeira vez com mesário?

- Primeira e última.!Mas vou fazer uso do meu título de eleitor, minha arma obsoleta que nunca acerta ao alvo certo.

- Sua seção é a 312. Bom trabalho como mesário.

Subi pelas escadas para observar melhor a escola que estudei quando moço o ensino fundamental, sem me esquecer de conferir o papel no bolso, que era o essencial. Pisei na zona eleitoral.

A presidenta daquela zona eleitoral me recebe com uma pergunta primordial:

- Trouxe o vale café?

Saquei o papel do bolso e o entreguei para a presidenta da zona eleitoral:

- E você acha que eu esqueceria o mais importante:
"Vou deixar de tomar um café na zona!"

Mauzinho 2012

domingo, 9 de setembro de 2012

"Medo de Avião"

Mais uma semana sem chuva, sem água! Então mergulhe aqui nos aquários do Água Crônica! Sêca de literatura aqui não rola! A Água da Semana é do aquário "Águas de Março" aquele que fala das músicas que eu escutava na infância e não entendia a letra devido a pequena idade. Boa leitura e divirta-se!


"Medo de avião"







Eu devia ter no máximo uns sete anos de idade. Bicicleta? Só com o auxílio temporário das "rodinhas" laterais. Por falar em rodinha, quase ninguém no meu círculo de amizades conseguia andar de bike sem o aparato salvador das "rodinhas".

Numa tarde de sábado, fui para a rua. Naquela época não era tão perigoso assim brincar nas ruas em São Paulo e a tranquilidade da Vila Clementino impedia qualquer preocupação mais séria de meus pais. Estava calor e depois de caminhar um pouco me arrependi de não ter apanhado a bicicleta com as inseparáveis "rodinhas" laterais. "Minhas moedas no bolso eram insuficientes para um picolé, porém, para um saquinho daqueles amendoins "caramelizados", com aquela crosta, aquela casca açucarada que todo o profissional de odontologia adora na hora de conseguir mais pacientes, aí sim conseguiria comprar pelo menos dois desses pacotinhos. E foi o que fiz. Entrei no mercadinho do baiano e comprei dois saquinhos de amendoins "caramelizados" que hoje estão na base de um real e cinquenta centavos cada. Fiquei parado na porta do mercadinho do baiano vento o tempo passar e degustando as guloseimas...



Uma, duas, três meninas começaram a circular de bicicleta. Surpresa. Sem as "rodinhas" laterais! Mas calma, eram adolescentes na casa dos doze ou treze anos, corpo começando a ser definido, bem altas e com seus "pernões", compridos, perigo nenhum de cair da bike. Meu saquinho chamou-lhes a atenção... O de amendoim é claro! É no plural, os de amendoins, porque eram dois saquinhos com bastante volume. Pediram um pouco. Mas como eu tinha um certo talento para o marketing, para a venda, para a barganha e negociei a guloseima.

- Só dou se vocês me deixarem andar de bicicleta.

- Andar de bicicleta? Mas de que jeito? Essa aqui não tem rodinha!

- Na garupa...

Negócio fechado! Dois amendoins açucarados, aprovados pelos dentistas que estão com poucos clientes, para cada garota e duas voltas no quarteirão montado na garupa da bike delas! Nem o melhor profissional de marketing faria um negócio tão vantajoso como este!

Primeira volta... Eu então preocupadíssimo com o fato de as bicicletas não terem as rodinhas salvadoras laterais. "Vai tombar, agora a bike vai tombar e ainda bem que será na curva da farmácia do sêo Thomaz...", mas não virou coisa nenhuma. Quem disse que mulher não sabe dirigir? E conforme a preocupação com o trajeto foi passando, fiquei de olho nas traseiras "teens" das meninas! Além de maiores, vinham com um perfuminho especial... Gases? Que gases o quê! Ar só nos pneus da bicicleta. Era perfume mesmo, do bom e na curva da padaria eu prestava a atenção era na padaria daquelas meninas, de idade cinco anos mais velhas. Segurava na cintura delas, encostava o meu rosto nas nádegas "teens’... Não fui piloto de F-1, mas com certeza foram as voltas mais arrepiantes da minha vida!

Chegando em casa, meu pai escutava na vitrola Belchior...



"Foi, por medo de avião, que eu segurei pela primeira vez na sua mão..."

- Meu filho, que foi que aconteceu? Que cara é essa?

- Nada não, pai. Quem é esse que está cantando aí?

- Belchior!

- Pai, esse tal de Belchior nunca andou na garupa de bicicleta?

- Que pergunta filho?

- Pai, esse bigodudo não sabe o que está perdendo!

                                                                                    Mauzinho 2012

domingo, 2 de setembro de 2012

O que seria do planeta Terra sem água?

A primeira postagem deste blog é a mesma que está no aquário aí em cima chamado "Sobre o blog". Começo por ela devido a importância da água e da prosa e poesia em nossas vidas.
Queridos leitores, sejam bem-vindos ao Água Crônica!


ÁGUA, PROSA E POESIA...



O que seria do planeta Terra sem água? Terra.
Vou dar uma “colher de chá” de como seria esta catástrofe: não posso... Como fazer este chá se não temos o elemento água? Seriamos “terráqueos no caos” ou simplesmente, “Terracaos”!
Plantar sem água é não colher. Como cuidar do gado sem água?
Vamos beber o quê? Café vai água, cerveja vai água, suco vai água, vinho vai água. Pinga vai água e... Água contém água! Água é criação, água é vida!
Agora faço duas perguntinhas...
Você ficaria um dia sem beber água?
E um dia sem a prosa e a poesia na sua vida?
Fácil de responder, né? Você pode ficar a vida inteira sem poesia, mas talvez, suporte poucas horas por dia sem beber água. O que eu proponho neste blog é que a água quebre o gelo de sua vital importância, dissolva o estado sólido da solidão em ocupar isoladamente o primeiro lugar dentre as coisas mais essenciais da vida. Vamos fazer com que esse precioso líquido deixe o seu estado sólido de solidão e, na companhia da poesia e da prosa, crie movimento em nossas vidas, começe a fazer de nossos dias uma ebulição, entre em fervura e movimente nossa existência com a grandeza de ter mais inspiração em nosso dia-a-dia, mais humor, mais sonhos, mais ficção...
Água é vida, é criação! A prosa e a poesia também! Então vamos aliar as duas coisas, essenciais para nossa vida, através das essências da minha “literatura de bordel”, do meu lado romântico, de mergulhos em minha alma, da minha impaciência com esta potência chamada Brasil, e principalmente, com a participação de vocês, queridos habitantes da Terra! Quero que se tornem por alguns momentos aquáticos ao invés de terrestres (terra + stress). Lembre-se de que antes de vir a este mundo, você estava mergulhado num líquido dentro da barriga de sua mãe.
Água tem gosto?
Sim, aqui no meu blog tem. Talvez nem todos os gostos, mas teremos humor, reflexão, poesia, enfim, literatura de vários sabores.
Embarcaremos na “Era do Gelo”? Na “Era de Aquários”?
Não... Já era... Convido vocês para a era do “Era uma vez...”.
Entrem sem medo nas águas calmas deste meu “aquário”, pelo rasinho, de mansinho e naveguem no Água Crônica, ás vezes pura, outras profunda, em alguns momentos na cintura, mas em muitos, eu que sou mais conhecido no mundo literário por “Mauzinho” (mistura de mau com bonzinho) vou fazer você rir a toa da vida, sem se esquecer é claro de uma coisa muito importante: “Se você quer o bem, siga o caminho do Mau, do Mauzinho”.
Do mesmo modo que um aquário, toda a semana a “água” contida nele será trocada por uma novinha em folha, para alimentar nossas ideias e pensamentos! E depois de mergulhar, navegar e viajar no Água Crônica, não se esqueça de lavar o seu rosto com água fresca para voltar à realidade, sólida, dura, mas quem sabe, depois destas leituras, um pouco mais sensível.
Boa navegação por estes aquários! Ótima leitura, reflexão e divertimento a todos!
Mauzinho 2012